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Mais de cinco mil pessoas formaram uma fila quilométrica no centro de São Paulo, na tentativa de conseguir um emprego.

No coração da cidade, a fila foi tomando forma, dando voltas, ziguezagueando pelo Vale do Anhangabaú. O destino, a sede do Sindicato dos Comerciários. Lá dentro, anunciadas, 1.800 oportunidades de trabalho.

Espalhados por mais de dez andares do prédio, funcionários de recursos humanos de 13 grandes empresas. “A gente está se preparando para as demandas de final do ano e a ideia é que a gente adeque o nosso quadro para atender o nosso público lá nas lojas”, explica a consultora de RH Sonia Yonara da Silva.

Já no fim do dia, muita gente que chegou cedinho ainda esperava por uma chance diante dos selecionadores de uma rede de supermercados.

Em todo o país, mais de 13 milhões de pessoas, segundo os últimos dados do IBGE, referentes ao trimestre de março a maio. Taxa de desemprego de 12,7%.

Os números explicam o tamanho da fila. Não faltam interessados nas vagas nem interesse do sindicato em receber esse enorme volume de pessoas dentro do prédio. A ideia é transformar candidatos em empregados e, se possível, associados.

Estratégia de sobrevivência, diz o presidente do sindicato, que perdeu dois terços da arrecadação. Segundo ele, pelo fim da obrigatoriedade da contribuição sindical e pela própria crise econômica.

“Nós não vamos obrigar as pessoas que ganharem emprego a se associar no sindicato, mas nós vamos convencer, mostrar a tarefa importante que nós oferecemos, a capacitação, a formação, o lazer, assistencialismo e principalmente nas negociações coletivas com as conquistas”, falou Ricardo Patah, presidente da UGT.

O atendimento vai continuar ao longo da semana. Mais de 5 mil senhas foram distribuídas.

“Vamos esperar, né? Ter fé e confiar”, diz Rejane Nogueira Barbosa Soares, de 21 anos.